sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Terra está derretendo: mas tudo continua como está

Matéria da (Folha de São Paulo) dá conta que foi a crônica de uma morte anunciada.
Um satélite europeu flagrou no fim de semana dia 04 e 05 de abril o rompimento da ponte de gelo que prendia uma plataforma de gelo no oeste da Antártida.
Agora é uma questão de tempo até que essa estrutura, a plataforma Wilkins, oito vezes maior que a cidade de São Paulo, termine de se esfacelar. Cortesia do aquecimento global.
O colapso vinha sendo monitorado em tempo real pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia, nas últimas semanas. A ponte de gelo, de 40 km de extensão por até 2,5 km de largura, se esfacelou entre sábado dia 04/04/09 e domingo 05/04/09.

Enquanto o G20 discute os rumos do capitalismo globalizado e como vão salvar “deus mercado” da bancarrota, o Planeta está se desintegrando a olhos vistos. A crise ambiental que está se abatendo sobre a humanidade, parece que não tem a mínima importância, é irrelevante. Nosso futuro é incerto diante do que hoje assistimos.
Ledo engano, a crise ambiental está diretamente relacionada com a crise do capitalismo (não vejo esta crise como sendo financeira, como muitos dizem). Pois o paradigma do consumo e da acumulação capitalista está modificando o clima, destruindo a biodiversidade, contaminando, o solo, a água e a atmosfera.
Na edição deste mês da National Geographic, duas matérias estarrecedoras mostram para onde vai o mundo e a nossa sociedade. A falta d’água no continente australiano está transformando-o em um imenso deserto (
aqui).
Em outra matéria (
aqui), estudos e modelos matemáticos, dão conta que, a distribuição irregular as chuvas, decorrentes dos efeitos do aquecimento global, vai fazer surgir uma horda de retirantes do clima. E a miséria com certeza ronda hoje milhões de pessoas. Salvar o modelo capitalista de desenvolvimento é ter a certeza da concretização destes prognósticos sombrios.
É inadmissível tratar a crise do capitalismo sem a mudança deste paradigma, sob pena de intensificar as duas crises: a ambiental e a do capitalismo.


Postado por: Leone

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A catástrofe não terminou



A Gande tragédia que começou no dia 22 de novembro do ano passado e deixou 137 mortos parece não ter fim para a população de Santa catarina. A lama secou, o mato cresceu, o assunto já não é mais primeira pagina do jornal. Mas, quatro meses depois, ainda há pessoas morando em abrigos ou vivendo de aluguel ou de favor na casa de parentes. O dinheiro do governo federal para a reconstrução das residências ainda não chegou, as estradas ainda não foram reajustadas, os bombeiros abandonaram as buscas há cerca de um mês sem encontrar todos os corpos. São famílias e mais famílias paralisadas no tempo, que procuram encontrar forças para retomar a rotina. Em meio a tantas histórias triste que se pode ouvir também encontramos história que mechem com agente como a história de Gisele Reichart que replantou a árvore de sua mãe para retomar a própria rotina. Ou a de Jaime Lehmkuhel, que, com a ajuda da mulher e dos filhos, está tentando consertar tijolo por tijolo a casa na periferia de Blumenau. Ou, ainda, a da família Martendal , que mesmo com a destruição total da sua indústria de conservas de palmito, continuou pagando em dia o salário dos 15 funcionários. Agora, donos e empregados constroem juntos uma nova fábrica.
Há, sim, muito espaço para o otimismo. A liberação do saque de quase R$ 1 bilhão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 14 municípios já garante vários focos de reconstrução. O Sindicato da Indústria da Construção Civil e imobiliárias registraram neste primeiro trimestre um aumento de 20% a 50% no preço dos terrenos. A injeção do FGTS não só deu esperança a 305 mil trabalhadores como também está ajudando a movimentar toda a rede que envolve os 980 mil moradores da região.

" Santa Catarina ainda pede socorro"


Postado por: Daniela


terça-feira, 24 de março de 2009

Amazônia Devastada


A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, está acabando. São mais de 800 mil quilômetros quadrados devastados e, a cada ano, perdemos o equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo para as queimadas. Até 2005, 10 espécies de animais já estavam extintas e mais 342 ameaçadas de sumir.
O relatório GEO Amazônia, divulgado em fevereiro pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), coloca o Brasil em posição vergonhosa ao traçar o descaso com que a floresta vem sendo tratada. Ocupamos o quarto lugar em emissão de gases de efeito estufa do planeta: 500 milhões de toneladas de carbono são lançadas, anualmente, na atmosfera em decorrência do corte e das queimadas na floresta amazônica, o que contribui para o aquecimento global. Um outro estudo, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mostrou que 42% de todo o desmatamento ocorrido no mundo entre 2000 e 2005 aconteceu no Brasil. Mas se o Governo brasileiro e a sociedade não se dão conta da riqueza que a Amazônia abriga, o resto do mundo dá. E tem tentado “internacionalizar” o que é nosso ao roubar plantas, animais e até o conhecimento dos índios. No ano passado, o famoso biólogo e pesquisador alemão Heiko Bleher e a fotógrafa Natalva Kardina, do Uzbequistão, foram presos por agentes federais quando tentavam embarcar para os Estados Unidos levando várias espécies de peixes sem a devida autorização do Ibama, o que configura biopirataria (veja box ao lado).
Há décadas ambientalistas e pesquisadores lutam para que a Amazônia deixe de ser terra de ninguém. Mas a verdade é que missionários, madeireiros e fazendeiros ainda queimam desordenadamente sem precisar responder à Justiças. O coordenador da Campanha da Amazônia do Greenpeace, Marcio Astrini alerta para o mais grave: “O volume de dinheiro que o Governo investe em desmatamento através de formas de créditos para fazendeiros é muito maior do que o dinheiro que investe na recuperação da floresta.” Segundo Astrini, cerca de 80% das áreas desmatadas estão relacionadas à pecuária. “São terras sem registro, o Governo não sabe de quem são, não se paga imposto sobre isso”, aponta. “Hoje, calculamos o desmatamento pelo preço dos produtos produzidos lá. Se a cotação deles aumenta, há mais desmatamento. A Amazônia está nas mãos do mercado, e precisamos mudar isso. Com o uso responsável das terras daria para dobrar a produção de alimentos do País. O Governo precisa tomar conta”, cobra.
Mas a floresta tem salvação? Os especialistas se dividem. Cientistas preveem que o aquecimento global deve destruir 85% da Amazônia em apenas um século e, pelas contas de economistas, com R$ 17 bilhões ao ano – pouco mais que o custo anual do Bolsa Família – salvaríamos nosso tesouro verde em 20 anos. Luis Alberto Oliveros, coordenador de Meio Ambiente da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, lembra da importância da cooperação internacional. “A Amazônia não é só Brasil. Ela é uma unidade natural que precisa de um nível de gestão coordenada entre os oito países que a compartilham”, afirma. Quem vive lá, como o fotógrafo Pedro Martinelli (leia entrevista ao lado), não tem boas esperanças: “Enquanto o pessoal não botar o pé no mato para ver de perto o que está acontecendo, não vai ter jeito”, lamenta. Mas em um ponto todos concordam: já passou da hora de agir.
-
Postado por: Daniela